O início:
1-
Eduardo Pallasim Guinle (Porto Alegre, 1846 —
Rio de Janeiro, 1912) foi um empresário, banqueiro e o patriarca da família
Guinle.
Filho dos imigrantes franceses, que foram para o Uruguai, e depois
imigraram para o Brasil, da região dos Hautes-Pirenèes, sua família tinha
origem na aristocracia rural francesa, rebaixada, no século XVI, por suas
convicções huguenotes, em oposição à rainha Catarina de Médici;
Jean-Arnauld Guinle, pai de Eduardo, casou-se em 1843, em Montevidéu, com
Josephine Désirée Bernardine Palassin;
Eduardo casou em Porto Alegre, com Guilhermina Coutinho da Silva (1854 -
1925), filha do hispano-uruguaio Sebastião Coutinho da Silva e da brasileira
descendente de italiano Francesca Tubino. Tiveram os seguintes filhos:
a-
Luiz Guinle, deputado federal pelo Rio de
Janeiro, não se casou;
b-
Eduardo Guinle, casado com sua prima Branca
Coutinho Ribeiro;
c-
Guilherme Guinle, homem de negócios;
d-
Carlos Guinle, casado com Gilda Rocha e pai de
Jorginho Guinle;
e-
Arnaldo Guinle, empresário, não se casou, nem
teve descendentes;
f-
Celina Guinle, casada com Lineu de Paula
Machado;
g-
Octávio Guinle, fundador do Copacabana Palace;
h-
Heloísa Guinle, casada com seu primo Samuel
Ribeiro (irmão mais velho de Branca), sem descendentes.
2-
Cândido Gaffrée, filho de emigrantes franceses
nascido em Bagé, Rio Grande do Sul, em 1845, se tornou socio comercial de Eduardo
Pallasim Guinle.
Nota: “ Os dois fizeram
fortuna, inicialmente, com um armazém, no Porto do Rio de Janeiro. Foram
diversificando, investindo na construção de estradas, de ferrovias, e nos
setores imobiliário e financeiro. Mas o maior negócio de Gaffrée e Guinle foi a
Docas de Santos, a concessão – sem licitação e pelo prazo de 92 anos – para a
exploração comercial dos 4.000 m² de armazéns do Porto de Santos, o que passou
a render aos sócios cerca de 24 bilhões de dólares por ano.”
Contudo temos que levar em
conta o “ Triângulo amoroso no high Society”.
“Os sócios dividiam o leito de
Guilhermina. E mais: dos sete herdeiros do casal, três deles – Carlos, Arnaldo
e Celina – seriam filhos de Cândido Gaffrée. A família nunca pareceu se
importar. Jorginho Guinle dizia: “Guinle bonito é Gaffrée. Com nariz grande é
Guinle”. Gente rica é assim. “Sorry, periferia” como dizia o filosofo Ibrahim
Sued.”
Bem vamos a Botafogo, o bairro
dos barões, e a origens do nome:
As águas calmas que se via, e
se vê , na Praia de Botafogo foi chamada pelos invasores franceses de Nicolas Durand de
Villegagnon de Le Lac.
Com Estácio de Sá veio Antonio
Francisco, o Velho, depois só Francisco Velho, considerado co- fundador da
cidade.
Francisco Velho foi o mordomo-mor
da Confraria de São Sebastião , sacristão da capela de São Sebastião do morro
Cara de Cão.
Francisco Velho recebeu uma Sesmaria
composta pelas terras do Le Lac.
Francisco Velho se tornou o primeiro habitante de Botafogo tanto
que as águas passaram a ser conhecidas como O Saco de Francisco Velho.
Nota: Significado de Saco - Enseada
pequena. Exemplo Saco de São Francisco, um bairro do município de Niterói, no
Estado do Rio de Janeiro.
Já idoso, em 1590, o sesmeiro
Francisco Velho vendeu a sua Sesmaria denominada agora "Enseada de
Francisco Velho", a João Pereira de
Sousa, conhecido como "Botafogo", por ter sido “ chefe da artilharia
da famosa Nau São João Baptista, na
época o mais poderoso navio de guerra do mundo ”, outra fonte afirma que esse
apelido Botafogo, também, “era dado aos arcabuzeiros, homens especialistas em armas
de fogo manuais”.
o fidalgo João Pereira de
Sousa, o Botafogo, recebeu uma Sesmaria aumentada pois, suas terras iam da foz do o Rio Catete, junto ao Caminho do Catete, as fraldas do maciço
do Corcovado, se estendendo pela praia Vermelha, Copacabana, Ipanema e Leblon.
E assim a Enseada de Francisco
Velho passou a ser denominada Botafogo,
por causa da alcunha do aventureiro
fidalgo.
Dona Carlota Joaquina comprou
uma casa na enseada de Botafogo e nela fixou sua residência.
Essa casa foi vendida a Miguel
Calmon du Pin e Almeida, Marquês de Abrantes, (Santo Amaro da Purificação, 23
de outubro de 1796 — Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1865) foi um nobre,
político e diplomata, que junto com sua esposa Dona Maria Carolina de Piedade
Pereira Baía, filha dos Viscondes com Grandeza de Meriti, dava festas memoráveis
frequentadas inclusive pela Família Imperial.
A urbanização de Botafogo foi
chegando devagar.
O padre Clemente Martins de
Mattos, Cabido da Sé, Vigário Geral, Arcediago e Tesoureiro-Mor do Cabido do
Rio de Janeiro, teve uma extensa fazenda
na área de Botafogo, o nome da fazenda era Quinta de São Clemente ou a Fazenda
do Vigário-Geral.
Clemente Martins de Matos
nascido no Rio de Janeiro era filho do Capitão e Vereador Álvaro de Matos e de
Dona Marta Filgueira.
O padre Clemente Martins de Matos foi um
desastre nessas funções junto a Diocese – não tinha vocação para padre, tanto
que antes de ir para Roma foi “ expulso do seminário em Lisboa por ter se
envolvido com mulheres - mas ficou rico,
tanto que em 1680 comprou a sesmaria de Botafogo, cujas terras tinham como
limite a Enseada de Botafogo, a "Lagoa de Sacopenapã" (rebatizada em
1703 para Rodrigo de Freitas, seu dono), bem como os morros que depois se
chamaram de São João e Santa Marta”.
E senhor das terras o padre
Clemente organizou a Quinta de São Clemente ou fazenda do Vigário-geral, posteriormente
Fazenda São Clemente.
O padre Clemente erigiu a
Capela de São Clemente, seu santo onomástico, abrindo um caminho de acesso a
ela que saia da enseada e o denominou “ Caminho de São Clemente”.
“ A capela dedicada a São
Clemente, existiu até o princípio do século XX, no final da Rua Viúva Lacerda,
hoje no Humaitá, o que prova que o traçado do “ Caminho de São Clemente” serviu
para a implantação da Rua São Clemente”.
O padre Clemente foi quem
batizou o Morro Santa Marta em homenagem a sua mãe, Dona Marta Filgueira.
Morreu o padre Clemente
Martins de Matos em 8 de junho de 1702, aos 74 anos, mas eu não tenho ideia
onde foram parar seus restos mortais.
Herdou a agora simplificada
como Fazenda São Clemente seu irmão Francisco Martins que, creio eu, a vendeu
“ao casal Pedro Fernandes Braga e Da. Bárbara Corrêa Xavier, que a retalharam
toda e venderam os lotes, a Pedro Fernandes Braga e o oleiro Francisco de
Araújo Pereira, dono da chácara da Olaria, vendida posteriormente a Joaquim
Marques Batista de Leão, o velho, cuja lembrança persiste no Largo dos Leões,
no Humaitá. O terreno da chácara da Olaria se estendia até a lagoa Rodrigo de
Freitas.”
A capela dedicada a São
Clemente (que se localizava no antigo número 110, já desapareceu.
“ Em 1801, um dos últimos
vice-reis do Brasil, D. Fernando José de Portugal, solicitou aos herdeiros que
cedessem para uso público o caminho que dava acesso à capela, para que se
pudesse ter uma comunicação mais direta com a Lagoa – famoso Caminho de São Clemente-
, bem melhor que aquela que acompanhava o rio Berquó, onde é a atual rua
General Polidoro. Houve concordância, e assim nasceu a rua São Clemente.
Originalmente, o nome da rua
abrangia a extensão que ia da praia até a Lagoa, mas a partir de 1868, o trecho
do Largo dos Leões até o final passou a se chamar Rua do Humaitá, em lembrança
do famoso episódio da Guerra do Paraguai.”
Caminho de São Clemente se
tornou a Rua São Clemente, local de residências da aristocracia e da
grande-burguesia e depois das embaixadas dos Nações Amigas.
Onde hoje é a esquina da rua
Guilhermina Guinle com Rua de São Clemente, lado ímpar, era a residência oficial
de Eduardo e Guilhermina já demolida.
Essa casa era vizinha a de Cândido
Gaffrée.
Em 1911 quando do casamento de
Celina Guinle com Lineu de Paula Machado, aristocrata paulista por ser neto do visconde
de Rio Claro e barão de Araraquara, Cândido Gaffrée providenciou a compra de
uma morada para si e deu a sua casa aos noivos e assim toda a família ficou morado
perto na rua São Clemente.
O comendador Manuel José de Faria
tinha duas casas e uma delas deu a seu
genro, Edmundo Leuzinger, filho de “ Georges Leuzinger (1813-1892), nascido na
cidade de Mollis, cantão de Glarus, Suíça, foi mais que um fotógrafo pioneiro
responsável por fixar boa parte da iconografia oitocentista do Rio. Como
empreendedor, foi também o mais importante nome na história de sua difusão”.
Edmundo Leuzinger a vendeu a Cândido
Gaffrée.
Obviamente a casa sofreu
reformas e Moar Limarj é essa casa que você via da Casa dos Mendonça e gostou de visitar.
Mais a história continua...
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